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Pois ler é tão bom!

domingo, 16 de agosto de 2015

Literatura de cordel e Xilogravura / PROJETO on line FOLCLOREANDO quase TODO DIA no mês de agosto


 Sr Nado folheteiro 
(vendedor de folhetos) na feira livre de Gravatá/PE


 O primeiro texto que escrevi sobre literatura de cordel, 
O Papa na Literatura de Cordel,  foi escrito motivado pela primeira visita de um papa ao Brasil, João Paulo II e, que incluiu o Recife, isso em 1980. Naquela ocasião, poetas populares, em seus folhetos, informaram, festejaram, comunicaram o acontecimento, cumprindo, assim, uma das finalidades do cordel.
Enviei o texto, que organizei como livrinho artesanal e postei para o Vaticano, no desejo de participar das homenagens . Tempos depois, recebi em nome de Sua Santidade, correspondência acusando o recebimento e expressando satisfação. (O Papa João Paulo II mantinha o hábito de responder a quem lhe escrevia...  Anos antes, em seu nome, recebemos congratulações pelo nosso casamento (eu e Edvaldo), e, também, pelo nascimento de Sthella, Rodrigo e Raimundo Jr. 
Muito fofo...)



LITERATURA DE CORDEL, uma mídia em evolução (*) 
Thelma Regina Siqueira Linhares 

A literatura de cordel continua um expressivo meio de comunicação neste século XXI, apesar da morte, tantas vezes anunciada, ao longo dos tempos. Felizmente, enquanto expressão cultural permanece adaptada, reinventada, no desempenho de suas funções sociais. Informar, formar, divertir, socializar ou poetizar, conforme os diferentes temas 
que retrata e o enfoque abordado. 

Da oralidade, lá em suas origens remotas, à era tecnológica, hoje, é real a transformação e adaptação, compatível à própria evolução da humanidade. Os folhetos impressos em tipografias artesanais, tipo a tipo organizado manualmente, impressos em papel jornal de qualidade duvidosa. Fotos de artistas da época ou de xilogravuras temáticas embelezavam suas capas. Das maletas, que serviam de bancas de venda, os folhetos eram pendurados
em cordões (cordéis) e vendidos nas feiras das pequenas cidades. Percorriam espaços geográficos diferentes. Venciam o tempo. Cantados na feira ou nos sítios tinham o texto parado para aguçar a curiosidade dos ouvintes e compradores – estratégia de marketing...
Já comprados eram guardados, como preciosidade, por uma população quase sempre analfabeta. Resumidamente, essa foi a trajetória da literatura de cordel em fins do século XIX até meados do século XX, período onde grandes nomes fizeram escola. 

A partir da década de 70, o folheto foi sendo rebatizado: literatura de cordel. Estudiosos
do folclore e acadêmicos passaram a se interessar em pesquisar o folheto – seus temas, 
seus autores, suas influências na comunicação de massas, etc. Novos nomes vão aparecendo e sendo difundidos. Novas temáticas são abordadas – afinal, como meio de comunicação, 
os folhetos precisam estar antenados aos fatos da atualidade. Impressão de qualidade. Divulgação na internet, em sites específicos. Novas formas de apresentação: eventos culturais, feiras de artesanato, concursos de violeiros, entre outros. 

O bom de tudo é que, o folheto ou a literatura de cordel, enriquece a já reconhecida e não tanto preconceituosa pluralidade cultural do nosso Brasil. 

(*) Texto escrito em julho e publicado no site www.jornalestrutura.com em agosto/2005. 
E publicado em http://camarabrasileira.com/cordel90.htm





Xilogravura: arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira. Ilustração associada ao folheto, da literatura de cordel. Hoje, também ornamenta objetos decorativos e artesanais.

anjos de J.Borges em decoração natalina de shopping em Recife


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