Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

MANUEL BANDEIRA: tema da FLIP/2009



Terça-feira, 23 de Dezembro de 2008
O poeta Manuel Bandeira será o homenageado de 2009

A VII edição da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty já tem data para acontecer. A Festa começa no dia 1º de julho, quarta-feira, e vai até domingo, 5 de julho.

A FLIP homenageia o escritor pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968). A obra poética de Bandeira ocupa lugar indiscutível na tradição literária brasileira. Livros como A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930) tornaram-se marcos da poesia brasileira – mas há tempos não são objeto de atenção do meio editorial.

O tributo oferecido pela FLIP tem como objetivo alterar esse cenário. “A homenagem da FLIP pretende contribuir para a revalorização da obra poética e para tornar mais conhecidas as diversas faces de Manuel Bandeira”, afirma Flávio Moura, Diretor de Programação da FLIP.

Saiba mais.
Postado por Nakano
Marcadores: FLIPinha

http://resumodocenario.blogspot.com/2008/12/o-poeta-manuel-bandeira-ser-o.html

Essa boa notícia comunicada http://resumodocenario.blogspot.com/2008/12/o-poeta-manuel-bandeira-ser-o.html do site www.dobrasdeleitura.com de Peter O'Sagae.


Thelma Regina Siqueira Linhares disse...
Que bom (!) que Manuel Bandeira será o homenageado da FLIP 2009! Sua obra, sempre atual, é referência da poesia, de emoções e sentimentos Brasil a fora. Em especial, em Recife, onde o Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores, da SEEL-Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, desde 2006, vivencia a literatura e o prazer de ler no cotidiano escolar de seus e suas estudantes. Parabéns à organização da FLIP pela iniciativa! Sucesso!

24 de Dezembro de 2008 11:17
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=5501478628301008757&postID=2630153754016461831&isPopup=true

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Entrevista para Jornal Tribuna do Planalto - Suplemento Escolar


foto do Paço Alfândega, homenageando J.BORGES, no Natal 2006/2007
Entrevista para Jornal Tribuna do Planalto - Suplemento Escolar enviado por e-mail em 2008/12/12, para o jornal TRIBUNA DO PLANALTO - Ano XXI nº 1150 Goiânia, 21 a 27 de dezembro de 2008 e usado nas matérias em http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=6794&mode=thread&order=0&thold=0 e http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=6791&mode=thread&order=0&thold=0

Olá Raphaela Ferro!
Finalmente, segue a entrevista. Procurei responder como se estivesse conversando com você, ou com seu leitor/a. Acrescentei alguns textos escritos sobre o Natal, em cores diversas, para facilitar a seleção de trechos se achar necessário. Anexo fotos: duas minhas e quatro da decoração natalina do Paço Alfândega, apesar de antiga (2006/2007) ilustra uma concepção bem brasileira do Natal. Informo, ainda, alguns sites para maiores informações sobre o que escrevo. E, gostaria muito de receber cópia do material que você vai publicar! Obrigada pela oportunidade de refletir e socializar meu pensar. Muita paz! Thelma Regina



1 - Como surgiu esse seu interesse por escrever sobre o Natal, inclusive chegando a publicar um livro sobre o assunto?
Como já lhe falei, anteriormente, não publiquei livro sobre o Natal. O primeiro artigo sobre o tema foi publicado pela FUNDAJ, na série Folclore, sob nº 117, de 1981. Em outras momentos, retomei ao tema, através da internet, em sites de folclore www.jangadabrasil.com.br, de literatura www.usinadeletras.com.br ou em antologias publicadas pela CBJE.


2 - A maioria dos símbolos que guardamos do Natal não condizem com o ambiente brasileiro. Não temos neve, nem chaminé, nem lareira... Por que guardamos esses símbolos?
Acho que esses elementos foram chegando e se consolidando pelo poder da mídia, do comércio. Símbolos de poder e status. Há três/quatro décadas, árvores de natal feitas com galhos de árvores enfeitavam casas brasileiras, agora, pinheirinhos industrializados e cada vez maiores... Há uma/duas décadas, os pisca-piscas começam a enfeitar fachadas inteiras de residências, lojas, shoppings. Antes, poucas construções, geralmente, públicas tinham seu contorno iluminado... Não é saudosismo, mas o natal é diferente porque os tempos são outros, as pessoas são outras, os valores são outros. Escritores e poetas já pensaram o Natal em diferentes aspectos com Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Leni Amorim, só para citar alguns. E na música, em 1998, foi lançado um cd Samba de Natal, com participação de Negritude Júnior, Art Popular, Exalta Samba e Só Preto sem Preconceito com letras e ritmos bem brasileiros.


3 - Normalmente, enviamos cartões de natal com imagens de chalés cobertos de neve. Não há opção de cartões mais abrasileirados. O que fazer para modificar esse costume e ter cartões e um natal mais típico do Brasil?
Claro que há! Falta, talvez, maior opção para tal e divulgação do que acontece de maneira isolada, pontual. Por exemplo, na década de 70, do século passado, Abraão Batista, xilógrafo e cordelista de Juazeiro/CE, já usava figuras do universo nordestino em suas produções: reis magos vestidos de cangaceiros, árvores de natal com cajus, etc. Em 2005/2006, um dos shoppings da cidade do Recife - Paço Alfândega - homenageou J.Borges, trazendo em sua decoração, as xilogravuras do mestre de Bezerros/PE. (fotos em anexo). Incentivar a criação e divulgar produções de cartões natalinos mais tropicais, decoração de praças, espaços, etc.


4 - Existe alguma forma de dissociar o Natal de tantos símbolos? Isso seria positivo, na sua opinião?
Creio que seria interessante contextualizar os diferentes símbolos natalinos: origens prováveis, principais miscigenações ocorridas na nossa cultura, dar visibilidade a alguma manifestação cultural relevante de determinada comunidade, etc. Incentivar a prática e divulgação de folguedos natalinos, como reisados, cavalos-marinhos, pastoris. O ciclo natalino no Brasil é muito rico, seja no sentido religioso ou profano. Passando pela culinária, decoração e ornamentos próprios, musicalidade, entre outros tópicos. Divulgar a diversidade de tantas formas de comemorar e de símbolos de Natal é uma medida interessante e positiva de contextualizar o natal brasileiro.


5 - Como e quando surgiram as tradições natalinas e o que faz que elas permaneçam?
As tradições natalinas foram aparecendo e se consolidando ao longo da história humana, em diferentes períodos de tempo, incorporando hábitos e costumes de diferentes povos e religiões, inclusive, as consideradas pagãs. Por exemplo, o presépio remete a 1223, quando São Francisco de Assis usou a primeira representação da cena do nascimento de Jesus Cristo. A brincadeira da troca de presentes do amigo secreto ou amigo presente se popularizou na segunda metade do século XX, sob forte influência do consumismo capitalista.
A oralidade e os conhecimentos dos mais velhos, foi um dos fatos responsáveis pela transmissão e manutenção de muitos símbolos natalinos, como conhecemos hoje. Há algumas décadas e cada vez mais, à mídia, ao comércio e ao marketing cabem parcelas mais significativas para a criação e manutenção daqueles e de outros símbolos natalinos. Não é a toa que, logo em seguida ao dia das crianças, o comércio começa a se decorar de motivos natalinos... A origem, função e o sentido religioso do Natal ficam relegados a segundo plano, no contexto atual. E por ser um fato cultural, as tradições natalinas, também, sofrem processo contínuo de construção e reconstrução.


Gostaria que você abordasse também um pouco da sua formação para que eu possa contextualizar no texto.
Sou professora, pesquisadora de folclore e aprendiz de escritora. Tenho formação em Magistério (nível médio) e Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura Plena). Fiz um curso de especialização em pesquisa folclórica, iniciando meus escritos nessa área. Publiquei um livro solo - Mário Souto Maior e as Crianças (em 2000 já esgotado). Participo de várias antologias (poesias, contos e crônicas) pela CBJE e Litteris. E escrevo em alguns sites de literatura, educação e folclore. Tenho dois blogs (//thelmaregina.blogspot.com/ e //socializandoleituras.blogspot.com/).
Um pouco mais de minha biobibliografia :http://www.camarabrasileira.com/entrevista235.htm (literatura), http://www.jangadabrasil.com.br/indice/autor/autorL.asp?PageIndex=4 (folclore),
http://www.camarabrasileira.com/cordel.htm (folclore) disponibilizo, se você achar necessário.

NATAL
GUIRLANDA, um enfeite natalino que se populariza no Brasil
TRADIÇÕES NATALINAS
SÓ UM CONTO DE NATAL


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Neste Natal 2008


Poesias, mensagens, músicas são diferentes maneiras de falar de sentimentos e emoções. De chegar ao coração e memória. Neste Natal 2008 faça diferente. Escreva. Leia. Cante. FELIZ NATAL!

NATAL DE 1981
Dulce A. Siqueira

Há festas na natureza
há festa nos corações...
A natureza se engalana,
reveste-se de tons coloridos
com grandes florações...
o astro-rei derrama sobre a Terra
seus raios benfazejos.
Há muita vibração de harmonia, de paz.
É Natal...
Nos corações dos cristãos fervorosos
preces brotam espontâneas...
São pensamentos elevados
ao Redentor...
E halo de Luz surge
iluminando os Caminhos da Vida.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Mensagem Natalina 1


BAOBÁS
Thelma Regina Siqueira Linhares

Belos baobás
alguns centenários
outros árvores tenras
que enfeitam
praças e parques da cidade do Recife.

Beleza vegetal
que a mãe-natureza
gerou na distante mãe-África
como símbolo de vida e resistência.

Majestade vegetal
à tua serenidade e fortaleza
rendo meu olhar embevecido.

Agradeço a iniciativa do GTERÊ, através de Ana Helena e Fátima Oliveira, em usar foto e poema de minha autoria. O baobá, belíssimo e centenário, está na Praça da República. O poema foi publicado no www.usinadaletras.com.br em 26/11/2006. A mensagem da Coordenação do GTERÊ "Desejamos a serenidade da sombra e resistência do baobá" só acrescentou! Muita paz e realizações, sempre! Thelma Regina

domingo, 21 de dezembro de 2008

TECENDO FIOS - Fabiana Cristine da Silva


TECENDO FIOS
FABIANA CRISTINE DA SILVA

Manhã de domingo. 21/12/2008. Corrida 10 km – Rio. A tv transmite ao vivo sua programação esportiva e registra, no 3° lugar, um nome: Fabiana Cristine da Silva. Do outro lado da telinha minha alegria anônima e a vontade de parabenizar Fabiana. Quem sabe, ela tomará conhecimento... quem sabe, outras meninas e meninos se sentirão mais motivados a transformar sonhos em realidades. Há anos, a Escola Municipal São Cristóvão, em mural, destacava o feito histórico de sua aluna guerreira, atleta que quebrava recordes: medalha de bronze nos 3000 e 10000 Sul-Americano Juvenil, sediado no Peru, ainda com 14 anos. Sob o comando do professor de Educação Física, Evandro Cabral, estudantes treinavam e corriam pelas ruas e barrancos da Guabiraba, bairro periférico do Recife. E Fabiana Cristine da Silva soube pegar a oportunidade. Fez a diferença. Parabéns, menina!
http://www.revistacontrarelogio.com.br/materias/?Fabiana%20Cristine:%20sucesso%20com%20muito%20trabalho.454

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CANTATA NATALINA 2008



CANTATA NATALINA 2008
Linda a apresentação de gala no Teatro Santa Isabel, ontem, dia 10/12/2008!
350 estudantes de 20 escolas da Rede Municipal do Recife, dos ciclos 1 ao 4, deram vozes às músicas de Natal, sob a coordenação da GAC-Gerência de Animação Cultural.
Houve espaço, ainda, para a poesia e para a dança. Emoção e sensibilidade que tem garantida uma outra exibição no Sítio da Trindade, dia 14 de dezembro, às 18 horas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

NATAL



NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Presépio armado
para reverenciar o Aniversariante
que espera,
pacientemente
há milênios,
que o Amor e a Paz,
enfim,
se façam presentes
na vida de cada ser do planeta Terra,
principalmente,
nos corações e ações
de homens, povos e nações.

(Recife, Natal/2005)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TRADIÇÕES NATALINAS


TRADIÇÕES NATALINAS
Thelma Regina Siqueira Linhares

As comemorações natalinas e de fim-de-ano no planeta Terra têm traços comuns. Comemoram o nascimento de Jesus Cristo, iniciando uma nova contagem de tempo – o AC e DC (antes e depois de Cristo). Mesmo os povos e cultura não-cristãs, têm de certa forma, essa influência, pois na Idade Média, com as Cruzadas e as Descobertas Marítimas, a fé cristã foi se globalizando e imposta pelos conquistadores, em especial, portugueses, espanhóis e ingleses. E, as de fim-de-ano, referem-se à passagem para um novo ano civil, mundialmente aceito, embora convivendo com outros rituais e contagens de tempo, como por exemplo, entre os judeus e chineses, que já passaram do ano 5000... Anteriormente, o ano se iniciava em 1º de abril, hoje o dia Universal da Mentira, quando o calendário gregoriano passou a ser adotado.
O presépio, representando o nascimento de Jesus Cristo, é atribuído a São Francisco de Assis. Hoje, materiais diversos (barro, madeira, pedra, palha, massa, plástico, etc,) dão vida à cena de Belém, com forte influência da descrição bíblica, adotada pela Igreja Católica.
As árvores de natal são atribuídas a Lutero ou Calvino, que teria iluminado um pinheiro, numa fria noite de Natal, do inverno europeu. Anteriormente, outros povos enfeitavam árvores diversas para outras comemorações, festejar colheitas, por exemplo. Aqui, também, a diversidade de materiais, embora os pinheiros artificiais industrializados sejam os mais freqüentes. Enfeitados com luzes, bolas coloridas, laços, correntes, presentinhos e uma diversidade de enfeites. Parece que quanto mais enfeitada, mais bonita a árvore. Fica longe no tempo, aquela árvore de natal, improvisada com galhos de árvore, pintada ou, simplesmente recoberta com algodão, à semelhança de neve, em nosso país tropical...
O Papai Noel, como se apresenta aqui no Brasil, é totalmente importado dos Estados Unidos. Teria sido apresentado na década de 30, do século passado, fincando raízes cada vez mais profundas, nas tradições natalinas. O comércio, a propaganda e, com certeza, as tropas americanas, que fizeram base no Rio Grande do Norte, durante a II Guerra Mundial, devem ter contribuído bastante para sua popularização. Embora a sua origem seja relacionada a São Klaus ou São Nicolau e diferentes culturas e povos dêm diferentes traços e caracterizações (negro, olhos puxados, roupas diferentes).
A troca de presentes, especialmente, do amigo secreto, oculto ou presente, ganha espaço cada vez maior, na família e no ambiente de trabalho, por questões econômicas.
Os cartões natalinos, igualmente passam por mudanças. Os jovens, quando valorizam esse tipo de mensagens, e que dispõem de recursos, usam torpedos de seus celulares ou fazem uso de cartões virtuais vai net. Já os jovens de classes sociais mais pobres, em geral, não costumam escrever cartas e cartões...
A ceia de natal, também, passa por modificações e influências. Convivendo com o peru, há o chester, os pratos frios, o bacalhau. E o panetone, cada vez mais presente nos lares brasileiros. Independente da fartura da mesa, famílias há com suas receitas natalinas tradicionais e algumas vezes, secretas.
Algumas tradições folclóricas ou populares próprias do ciclo natalino, às vezes, nas últimas décadas, a ele transcendem. Para turista ver. Para incorporar um fora de época, a exemplo, de carnavais fora de época, no país inteiro... Pastoris, folias de reis, etc.

As superstições e crendices diversas são um capítulo à parte dos festejos natalinos e de fim-de-ano. Para renovar, trazer paz, saúde, dinheiro, enfim, o sonho maior que se quer ver concretizar nos próximos 365 dias. Cores, roupas, banhos, comidas, falares, rituais, individuais ou coletivos, que são incentivados pela mídia, principalmente.

Conclusões:
Inegavelmente, a mídia (em especial, tv, revistas, propagandas e cinema) tem um papel importantíssimo na divulgação de informações culturais
O comércio, especialmente, os shoppings, têm um papel marcante nisso, também. Decoram-se, no mês de novembro e, muitas vezes, usam e abusam do tema, com coisas que não tem muito a ver com a essência do ciclo natalino. Por exemplo, ursos, doendes, famílias de papai noel, etc.
Valores e costumes diferentes, questões financeiras e sócio-educativas que resultam na grande desigualdade social do Brasil e a globalização possibilitam que as tradições natalinas, assumam peculiaridades nos natais da atualidade. Refletindo nossas origens multiraciais e multiculturais. Tradições natalinas, sim. Embora mutantes e mutáveis.

http://www.usinadeletras.com.br/ (2004)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

NATAL


NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

É mais uma vez Natal! Estamos a celebrar o nascimento de Jesus Cristo, comemorado há mais de dois milênios. Bem verdade que o 25 de dezembro é simbólico, pois foi esta data fixada pelo Papa Júlio I, no século IV, para se festejar o nascimento do Filho de Deus feito Homem, fazendo substituir a então romana festa pagã do solstício, consagrada ao sol.

Entre nós, cristãos, o Natal se reveste de um significado especial porque, a título de exame de consciência, faz o homem sentir-se mais humano, vivenciando mais intensamente o mandamento novo do Messias: "que vos ameis uns aos outros. Como eu vos tenho amado, amai-vos assim também vós mutuamente". Jó, 13,34.

Por ser uma festa universal, o Natal caracteriza uma época, dando-lhe identidade própria. É o chamado ciclo natalino. Este ciclo engloba expressões diversas da cultura brasileira, em especial a nordestina, destacando-se entre outras manifestações folclóricas, a lapinha, o pastoril, o bumba-meu-boi, o fandango, as folias de reis.

Natal é uma festa de confraternização, de amor. Também é uma grande festa de alegria, de luzes de cores. O presépio, o Papai Noel, a árvore de natal, têm destaque entre os símbolos natalinos de todo o mundo. A troca de presentes e os votos de boas festas através de mensagens diversas são, igualmente, costumes universais. Estes elementos, tão diversificados em suas origens, foram incluídos nos festejos da época, através de um contínuo processo de aculturação, de tal forma que, hoje é quase impossível se conceber o natal sem Papai Noel, por exemplo.

O presépio corresponde à representação da cena de adoração do Menino-Jesus na gruta de Belém. Jesus, Nossa Senhora e São José são figuras humanas obrigatórias. Entre os animais, o burro e o boi. Podendo ainda figurar os três Reis Magos, pastores, anjos, ovelhas e outros bichos. Em geral, estas peças são confeccionadas em barro, madeira, gesso, palha ou outro material, através do artesanato ou industrialmente. E vão ornamentar igrejas, residências, locais de trabalho e vias públicas durante as comemorações natalinas. A criação do presépio é atribuída a São Francisco de Assis que, em 1223, teria armado a primeira lapinha. No Brasil, já no século XVI, foi o presépio trazido pelos jesuítas, no início do período colonial, difundindo-se, a partir de então, o costume de se representar a adoração do Deus-Menino.

O Papai Noel é um elemento relativamente novo nas comemorações natalinas, da maneira especial no Brasil. Foi introduzido no início deste século, tornando-se mais conhecido a partir de 1930, como figura formal e de iniciativa oficial. Atualmente deve sua popularidade, em particular e de modo significado, à publicidade para fins comerciais de que tem sido alvo. Na Europa, sua origem se confunde com as lendas de São Nicolau. Segundo a tradição, a cada fim-de-ano, o bom velhinho deixa o Pólo Norte num trenó puxado por renas douradas, numa velocidade do pensamento, carregando um grande saco cheinho de brinquedos, embora sem condições de presentear as crianças do mundo inteiro – afinal não possui varinha de condão... Sua imagem, conhecida em quase todos os recantos da Terra, através dos modernos meios de comunicação, corresponde a um velhinho gorducho, de barbas brancas, que usa roupas vermelhas e longas botas pretas. É ansiosamente esperado pelas crianças que aguardam receber dele seus presentes de natal, alguns, inclusive, pedidos por meio de cartinhas e bilhetes endereçados ao Papai Noel.

A árvore de natal é, principalmente, um elemento decorativo que, através do colorido de bolas, velas e luzes empresta um ar mais festivo à alegria das comemorações natalinas. Entre nós, é um hábito deste século. Segundo Luís Câmara Cascudo, a primeira árvore de natal foi armada na capital do Rio Grande do Norte – Natal – em 1909. Desde então, tornou-se cada vez mais comum, sua presença nas festas de fim-de-ano. A introdução da árvore de Natal nas festividades do nascimento de Jesus deveu-se a São Vilfrido que, segundo a tradição, indicou o abeto ou pinheiro como árvore do Menino-Deus, a partir de um fato que, a seus olhos, pareceu milagre. Mandando cortar um grande carvalho, o qual teve seu tronco atingido por um raio que o partiu em pedaços, ficando ileso um pequeno abeto, plantado a seu lado e que foi considerado, pelo santo, como símbolo de paz e de inocência. O uso do pinheiro foi largamente difundido na Alemanha antiga, de onde surgiu o costume de iluminá-lo. Conta-se que Lutero, usando velinhas multicoloridas, fazia lembrar, na árvore de natal, o céu estrelado do qual descia o Menino-Jesus para abençoar as crianças.

Como festa de confraternização universal, sobressaem no Natal, a troca de mensagens e de presentes. Embora de caráter acentuadamente comercial, esta manifestação do ciclo natalino, merece incentivo e louvor, enquanto motivação a uma melhor e mais intensa comunicação e fraternidade entre as pessoas.

A troca de cartões de boas festas vem sendo muito difundida. Os cartões, em sua maioria, apresentam como estímulo visual, motivos alheios à realidade brasileira, constituindo verdadeiras anomalias à nossa tropicalidade. São pinheiros e picos nevados, renas puxando trenós, chaminés... que nada têm a ver com as paisagens físicas e culturais do país. Fugindo a esta regra geral, merecem incentivo e divulgação, os cartões natalinos desenhados pelos xilógrafos Stênio Diniz e Abraão Batista, ambos de Juazeiro do Norte, Ceará. Inspiram-se em motivos bem nossos: a Sagrada Família é uma família de retirantes nordestinos; a árvore de natal e suas bolas multicores são substituídas por cajueiros e cajus; o sol tropical e a vegetação de cactos compõem a paisagem desses cartões, efetivamente, bem mais representativos da cultura nacional.

A troca de presentes tornou-se um costume natalino universal, a partir do século XV quando, na Inglaterra, ficou estabelecida a noite de 24 de dezembro para se dar e receber presentes. A prática do amigo secreto ou amigo oculto é cada vez mais difundida no Natal brasileiro – seja em família ou entre colegas de estudo ou de trabalho. A brincadeira se constitui na troca de presentes através de um sorteio, prévio e sigiloso entre os participantes que curtem a expectativa do presente e a descoberta e identificação do amigo secreto.

Estes são alguns elementos característicos do natal de nossos dias. Natal comemorado festivamente, com muitas luzes, árvores de natal e bolas coloridas. Natal de Papai Noel, de mensagens de boas festas, de trocas de presentes. Natal de propaganda. Mas, Natal é, e acima de tudo, festa de confraternização, de amor e de paz. Feliz natal!

(Linhares, Thelma Regina Siqueira. "Natal". Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais; Centro de Estudos Folclóricos. Folclore, 117, dezembro de 1981)

Colaboração da autora para a Jangada Brasil, 2001. (www.jangadabrasil.com.br)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PROJETO POESIA TODO DIA


PROJETO POESIA TODO DIA

JUSTIFICATIVA
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer da Cidade do Recife define 2008 como o Ano Letivo do Poetas do Recife, devendo ser adotado como eixo norteador de atividades culturais e didáticas em toda a rede de ensino, inserido em diferentes Projetos Didáticos vivenciados nas Unidades Escolares e repercutindo na dinâmica da própria cidade.

OBJETIVOS
* Fortalecer ações do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores;
* Incentivar prática de leitura, enquanto prazer, lazer e aquisição de conhecimentos;
* Divulgar a produção literária, no gênero poesia, de autores/as locais;
* Reconhecer/conhecer diferentes poetas e sua produção (os imortais e os atuais, conhecidos ou anônimos, publicados ou não).
* Ampliar acervo de poesias de Poetas do Recife.

DESENVOLVIMENTO
Em mural, localizado à entrada da GBFL, será organizado o cantinho POESIA TODO DIA, que, diariamente, terá renovado o texto poético. Um álbum seriado irá sendo organizado e ficará exposto por todo o mês. Propor parceria com os/as Professores/as de Biblioteca e os/as Mediadores/as de Leitura da GBFL, para abraçar o referido Projeto. Colaborações e sugestões serão aceitas, especialmente, se cumprido o requisito do tema proposto para o ano letivo: Poetas do Recife.

CRONOGRAMA
Início: fevereiro/2008
Término: dezembro/2008

AVALIAÇÃO
A repercussão do Projeto POESIA TODO DIA, através da leitura e da colaboração do/a leitor/a.

MATERIAL DE APOIO
Livros de Poesias, Antologias e Coletâneas Poéticas, Encartes de Jornais e Revistas, Pesquisas na Internet, na Escola e na Comunidade na qual se insere.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DICA DE SITE

Oi gente!
O site www.interpoetica.com, de Cida Pedrosa e Sennor Ramos tem a poesia por tema. Disponibiliza o maior acervo da poesia pernambucana na internet. A escola linkada com a poesia contempla a parceria entre a GBFL, as Escolas e a Interpoética. Oficinas de poesias foram vivenciadas em algumas escolas da Rede Municipal, neste ano letivo de 2008, Poetas do Recife. No Cardápio de Poesias centenas de poetas, brevíssima referência biobibliográfica e alguns poemas exemplificam a inclusão dos e das poetas listados. Figura da Vez, Entrevistas, Poetas na Rede, Artigos, Galeria dos Mortais são algumas seções.
Vale a pena conferir!

urbe
Cida Pedrosa

hoje na minha boca
não cabem girassóis

cabe um poemapodre
cheiro de mangue capibaribe

um poemaponte
galeria esgoto chuvas de abril

um poemacidade
fumaça ferrugem fuligem

hoje na minha boca
cabe apenas o poema

o poema hóspede da agonia

http://www.interpoetica.com/cida_pedrosa.htm

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

OFICINA DA PALAVRA


A GBFL-Gerência de Biblioteca e Formação de Leitores, através do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores, lançou edital de concurso de poesias para professores/professoras da Rede Municipal do Recife, em 2006. O resultado de tal concurso é o livro Oficina da Palavra, coletânea de 49 poemas e 3 contos, de 32 professoras da SEEL. Lançado durante a Conexão 17, em 2007, todas as escolas da Rede receberam um exemplar. E, desde então, as professoras-poetas são convidadas a participar em diferentes eventos e recitais que acontecem na cidade do Recife ou nas unidades escolares, vivenciando a temática do ano letivo de 2008 que enfoca a poesia: Os poetas do Recife: os imortais e os atuais.
Apresentando a antologia Oficina da Palavra , para quem não conhece, escolhi três poemas. O de Angela Maria Pimentel Teixeira que dá título ao livro. O de Eneide Maira Ferreira que declara amor aos animais. E um meu que nomeia esse blog.

OFICINA DA PALAVRA
Angela Maria Pimentel Teixeira

Palavras faladas
Primeiro, sozinhas
Depois, de mãos dadas.

Aqui são faladas,
Escritas, cantadas,
Aqui elas rimam,
São poetizadas.
Discutem, encantam
E são transformadas.

São vistas inteiras
Ou por pedacinhos.
Uns nomes tão grandes
Outros pequenininhos.

Não importa o tamanho,
Mas vale ser dita.
Não pode ser feia
Tem que ser bonita!



ODE A CHICA
Eneide Maria Ferreira

Chica era linda.
No rosto: três pontinhos pretos
que riam,
que sorriam,
especialmente para mim.
A gente se amaaaava.
A gente se entendia,
ela falava:
- Tas legal?
Eu latia:
_ Au, au...
O toquinho de rabo
abanaaaava
quase “avoava”.
O tiquinho de coração
que eu sempre ouvi bater,
se partiu.
Chiquinha se encantou.
Nunca mais falou...



LER É TÃO BOM
Thelma Regina Siqueira Linhares

Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

FOLCLOREANDO NA ESCOLA Municipal Compositor Capiba

Folcloreando na escola
Thelma Regina Siqueira Linhares


Compareci à Escola Municipal Compositor Capiba, no turno da manhã, para desenvolver atividades culturais com as crianças da escola. O trabalho teve como foco o folclore e a poesia, pois na Rede Municipal do Recife, este ano letivo é dedicado aos poetas.

O encontro se deu em dois grupos e seguiu mais ou menos a mesma estrutura, embora se diferenciando no conteúdo e, em alguns momentos, na seqüência do planejamento.

O primeiro grupo foi formado por 24 crianças da Educação Infantil dos Grupos 4 e 5 anos. Após o recreio estive com o segundo grupo, de 30 crianças, estudantes do ciclo 1/ano 1 da Educação Básica.


Apresentação
Depois de cada um se apresentar, mostrei algumas peças de artesanato e de brincadeiras populares para compor um cenário na sala.

Conto
Escolhi dois contos para divulgar a cultura dos povos indígenas pernambucanos. Esses contos estão no livro Meu Povo Conta, de professores e professoras indígenas em Pernambuco. Para o primeiro grupo, li A macaca que amamentava. Com o segundo grupo, trabalhei O segredo da água.

Pequeno recital
Ao apresentar alguns poemas autorais, procurei ressaltar a ligação da emoção e do sentimento com a minha produção literária. Para o primeiro grupo, recitei Respeito à vida, Três atos, Gol, Recife e Convocação geral. Para o segundo, disse Recife, Três atos, Folcloreando e Convocação geral.

Depois do recital, aproveitei para mostrar às crianças algumas brincadeiras bastante populares: trava-línguas, parlendas, adivinhações e provérbios.

Trava-línguas
Pedi, então, que repetissem três dos trava-línguas mais conhecidos:

O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Um tigre, dois tigres, três tigres.
A aranha arranha o jarro e o jarro arranha a aranha.
Depois passei para frases maiores, provocando: “Quero que você diga cinco vezes, encarrilhado... sem errar, sem tomar fôlego”:

Vaca preta boi pintado.
O Rio Capibaribe foi descapibaribado. Quem o descapibaribou foi o descapibaribador.
Parlendas
A seguir, contei duas parlendas. a primeira foi:

Cadê o toucinho daqui? O gato comeu. Cadê o gato? Foi pro mato. Cadê o mato? O fogo queimou. Cadê o fogo? A água apagou. Cadê a água? O boi bebeu. Cadê o boi? Foi amassar trigo. Cadê o trigo? A galinha espalhou. Cadê a galinha? Foi botar ovo. Cadê o ovo? O padre comeu. Cadê o padre? Foi rezar missa. Cadê a missa? Já se acabou!

Depois, comecei a segunda:

Hoje é domingo. Pé de cachimbo. O cachimbo é de ouro. Bate no touro. O touro é valente. Bate na gente. A gente é fraco. Cai no buraco. O buraco é fundo. Acabou-se o mundo. O mundo é redondo. Que nem uma bola. Acabou-se a história.

Esta última parlenda foi muito curtida pelos dois grupos, que inclusive acrescentaram os três últimos versos à forma apresentada.

Adivinhações
Apresentar adivinhações tinha tudo para ser um sucesso também. As mais comentadas foram:

O que é o que é? Quanto mais cresce menos se vê? (escuridão)
O que é o que é? Cai em pé e corre deitado? (chuva)
Um pato vai subindo uma ladeira e põe um ovo. O ovo desce ou cai? (pato não põe ovo...)
Qual o bicho mais parecido com o gato? (a gata)
Provérbios populares
Para o segundo grupo, li trechos do livro Brincando com Provérbios Populares, que contém textos de tradição popular recolhidos por Jakson Ferreira de Alencar.

Quem vai ao mar perde o lugar. E quem vai ao vento perde o assento.
Passarinho que anda com morcego acaba dormindo de ponta cabeça.
Papagaio come milho, periquito leva a fama!
Quando a esmola é grande, o santo desconfia.
Quando um não quer, dois não brigam.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Quando a barriga tá cheia, toda goiaba tem bicho!
Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.
Quem sabe sabe. Quem não sabe aprende!
Brincadeiras
E olha que ainda deu tempo de brincar de boca-de-forno, telefone-sem-fio e olhem todos para o guia!

Histórias em CD
Com o primeiro grupo, ouvimos A bela adormecida. Com o segundo, João e o pé-de-feijão. Além disso, brincamos de roda acompanhando as cantigas de roda: Ciranda cirandinha e Atirei o pau no gato/Não atire o pau no gato.

Encerramento
Para encerrar, declamei meu poema Ler é tão bom, que faz parte da antologia Oficina da Palavra, organizada por Carmen Lúcia Bezerra Bandeira. Depois de lê-lo, foi reapresentado com a participação das crianças, que repetiam os versos.

Comentários finais
O acolhimento por parte da comunidade escolar e a boa participação das crianças reafirmam que atividades envolvendo temas folclóricos e poesia são sempre motivadoras.

Bibliografia
ALENCAR, Jakson Ferreira de. Brincando com provérbios populares. Il. de Cláudia Scatamacchia. São Paulo: Paulus, 2006.

Centro de Cultura Luiz Freire. Meu povo conta – professores e professoras de cultura indígena em Pernambuco. 2ª edição. Belo Horizonte, Centro de Cultura Luiz Freire, 2006.

LINHARES, Thelma Regina Siqueira. Ler é tão bom. In: BANDEIRA, Carmen Lúcia Bezerra (Org.). Oficina da palavra. Recife: Prefeitura do Recife/Secretaria de Educação, Esporte e Lazer/Secretaria de Cultura, 2007.

No Portal da Educação Pública, além do Discutindo, onde você pode dar sua opinião sobre esse tema, há alguns textos sobre o assunto:

//www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/0331.html
//www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0081.html
//www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/cultura/0026.html
//www.educacaopublica.rj.gov.br/discutindo/discutindo.asp?cod_per=60
Além de seus textos no Portal, Thelma Regina Linhares publica em seu blog (//thelmaregina.blogspot.com/) notas sobre a relação entre folclore e educação. Vale a pena visitar!

Publicado em 16 de setembro de 2008

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/suavoz/0108.html

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

DICA DE LEITURA


MANUEL BANDEIRA - Berimbau e Outros Poemas (*)

Esta é uma coletânea formada por 29 poemas do poeta pernambucano, acompanhados um a um por ilustração, que expressa sensibilidade e, com certeza, uma motivação a mais para a criança e o adolescente que está tendo à mão, o livro de literatura de primeira qualidade. Afinal, é tão bom ler!

E como se viaja na poesia de Manuel Bandeira!
Trem de Ferro traz em seus versos o ritmo vertiginoso daquele meio de transporte tão comum à época do poeta.
É como estar à janela de um vagão e ver
toda a paisagem correndo... talvez, um dos textos mais interpretados do poeta, em festivais de literatura e poesia, aqui em Pernambuco, em eventos estudantis.
Antenado ao progresso, rende homenagem
ao transporte aéreo, na Oração para aviadores.

O amor é tema dos poemas de Manuel Bandeira.
A descoberta do amor, o primeiro amor, aos seis anos,
dedicado ao seu Porquinho-da-Índia (“a primeira namorada”). Coração reconquistado, anos depois por Teresa, como vemos em Madrigal tão engraçadinho. As influências da infância, como não se vivencia mais, aparecem em muitos títulos:
Na rua do sabão, Balõezinhos, Rondó do capitão,
Boca de forno, Anel de vidro e, no poema-chave da coletânea, Berimbau. Neles, o poeta faz ponte entre
o menino que foi e o menino que sobreviveu no homem, apesar das marcas e perdas que na vida acumulou.
A religiosidade tem lugar de destaque: Canto de Natal,
O menino doente, D. Janaína, Mozart no céu,
Acalanto de John Talbot. O cotidiano reflete-se
na escolha de temas variados: Pensão familiar,
Camelôs, Cabelelo, O amor, A poesia, As viagens.

Pessoalmente, considero dois poemas ímpares:
Irene no céu e Debussy. É impossível lê-los e não materializar cada palavra. Imaginar Irene, negra,
linda majestosa como uma baiana no carnaval, embora simples, ingênua — a personificação da bondade e resignação... E em Debussy, dá para perceber
a respiração da menina ficando leve, o torpor do sono cada vez mais forte e, finalmente, o novelinho rolando no chão.

Na coletânea, sinto falta do poema O Bicho
que, felizmente, muitas crianças tiveram oportunidade de ler, em algum outro livro. Tão real, tão triste e, ao mesmo tempo, tão perto da realidade de muitos. E foi emocionante escutar o comentário espontâneo de uma pequena aluna — Janaína — que após a leitura disse que era um poema “triste, né, tia” . Como o é a fome, a exclusão e o preconceito.

Como no Pardalzinho,
cuja alma “voou para o céu dos passarinhos”,
os poemas de Manuel Bandeira vivem livres, entre
as palavras, a sonoridade e, principalmente,
nas emoções de quantos os lêem. Uma excelente leitura
para qualquer faixa etária e nível de escolaridade.
Pré-requesito, apenas, a sensibilidade da leitora e do leitor.


(*)Comentários de
Thelma Regina Siqueira Linhares
Recife PE
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Sensacional!
Manuel Bandeira é redescoberto!
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As crianças, que estudam na rede municipal de Educação da cidade do Recife PE, receberam, neste 2° semestre de 2006, exemplar do livro
com a seleção primorosa de Elias José e ilustrações de Marie Louise Nery,
2ª ed. pela editora Nova Fronteira, 1994.


http://www.dobrasdaleitura.com/index.html (em PALAVRA DO LEITOR)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DICA DE SITE

http://www.dobrasdaleitura.com/index.html
Peter O'Sagae é o criador e editor de Dobras da Leitura, leitor crítico de literatura infantil e juvenil (Ática, DCL, Edições SM), Mestre e Doutorando em Letras na USP, também é assessor técnico-acadêmico do Comitê Executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL, desde agosto de 2006. Foi professor em cursos de graduação e de especialização em Letras, Pedagogia e Comunicação da UAM, Unoesc e Metodista. Formado em Comunicação: RTV pela ECA/USP, foi produtor e roteirista de programas de rádio na década de 1990. Conforme informação no Expediente e Conselho do próprio site.
É um belíssimo site de literatura! É a minha dica da semana. Não deixe de conferir.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

RELAÇÃO DE LIVROS DE LITERATURA DE CONTOS AFRICANOS

A GBFL nos encontros deste mês - novembro/2008 - disponibilizou para os grupos de Professsores/as de Biblioteca e de Mediadores/as de Leitura relação de títulos de literatura de Contos Africanos, com objetivo de divulgar acervo sobre a temática.


RELAÇÃO DE LIVROS DE LITERATURA DE CONTOS AFRICANOS

01- AGUEMON – Carolina Cunha – Ed Martins Fontes
02- BUMBA MEU BOI BUMBÁ – Roger Mello – Agir
03- MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA – Ana Maria Machado – Ed Ática
04- FESTA NO CÉU – Ana Maria Machado - FTD
05- O CHAMADO DE SOSU – Meshack Asare – Ed SM
06- ABC DO CONTINENTE AFRICANO – Rogério Andrade Barbosa – Ed SM
07- AS PANQUECAS DE MAMA PANYA – Mary e Rich Chamberlin – Ed SM
08- YEMANJÁ – Carolina Cunha – Ed SM
09- ELEGUÁ – Carolina Cunha – Ed SM
10- MINHA FAMÍLIA É COLORIDA – Georgina Martins - Ed SM
11- CADÊ VOCÊ, JAMELA? – Niki Daly – Ed SM
12- O QUE TEM NA PANELA, JAMELA? Niki Daly – Ed SM
13- HISTÓRIAS DE ANANSE – Adwoa Badoe e Baba Wagué Diakité – Ed SM
14- UM SAFÁRI NA TANZÂNIA – Laurie Krebs – Ed SM
15- O MENINO NITO – Sonia Rosa – Pallas
16- FALANDO BANTO – Eneida D. Gaspar – Pallas
17- UMA IDÉIA LUMINOSA – Rogério Andrade Barbosa – Pallas
18- SEIS PEQUENOS CONTOS AFRICANOS SOBRE A CRIAÇÃO DO MUNDO E DO HOMEM – Raul Lody - Pallas
19- BICHOS DA ÁFRICA – vol 1 – Rogério Andrade Barbosa – Melhoramentos
20- BICHOS DA ÁFRICA – vol 3 – Rogério Andrade Barbosa – Melhoramentos
21- BICHOS DA ÁFRICA – vol 4 – Rogério Andrade Barbosa – Melhoramentos
22- O MENINO MARROM – Ziraldo – Melhoramentos
23- COMO AS HISTÓRIAS SE ESPALHARAM PELO MUNDO? - Rogério Andrade Barbosa- DCL.
24- ZUM ZUM ZUM – Mauricio Negro – Global Ed
25- O CONGO VEM AÍ! – Sérgio Capparelli – Global Ed
26- O REI PRETO DE OURO PRETO – Sylvia Orthof – Global Ed
27- DE ALFAIAS A ZABUMBAS – Raquel Nader e Rosinha Campos – Paulinas
28- O COLECIONADOR DE PEDRAS – Prisca Agustoni – Paulinas
29- A TURMA DO XAXADO – MAMA ÁFRICA – Antônio Cedraz – Ed Cedraz
30- BRASÍLIA E JOÃO DIMAS E A SANTA DO CALDEIRÃO NA ÉPOCA DA INDEPENDÊNCIA – Maria José Silveira – Formato
31- O PRÍNCIPE CORAJOSO E OUTRAS HISTÓRIAS DA ETIÓPIA – Praline Gay-Para- Comboio de Corda
32- CONTANDO A HISTÓRIA DO SAMBA – Edinéia Lopes Ferreira, Elzelina Dóris dos Santos e Marcos Antônio Cardoso – Maza Edições
33- SENHORA REZADEIRA – Denise Rochael – Cortez Editora
34- A CALUNGA E O MARACATU – Inaldete Pinheiro de Andrade – Prefeitura do Recife
35- HISTÓRIAS DA PRETA – Heloisa Pires Lima – Companhia das Letrinhas
36- ETNIAS E CULTURA – Nereide Schilaro Santa Rosa – Moderna
37- PIXINGUINHA – André Diniz e Juliana Lins – Moderna
38- GILBERTO GIL – Mabel Velloso – Moderna
39- MACHADO DE ASSIS – Edinha Diniz – Moderna
40- ULOMMA – A Casa da Beleza e Outros Contos – Sunny- Paulinas
41- OS REIZINHOS DE CONGO – Edimilson de Almleida Pereira – Paulinas
42- SUA MAJESTADE, O ELEFANTE – Luciana Savaget – Paulinas
43- HISTÓRIAS DA ÁFRICA – Gcina Mhlophe – Paulinas

Você pode colaborar incluindo outros títulos.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Lista de e-mails atualizada

OI GENTE!
Valdir pediu para socializar os blogs da turma da tarde no Largo Dom Luiz porque houve erro na lista enviada anteriormente. O blog é uma ótima idéia e acredito que vai funcionar legal. Nossa disposição, individual e em equipe, vai aumentar o grupo e socializar cada vez mais experiências vivenciadas na Rede Municipal do Recife.
Muita paz! Thelma Regina

Http://pedagogatinha.blogspot.com
Http://espacolereaprender.blogspot.com
Http://ilanyflor.blogspot.com
Http://laisraianne.blogspot.com
Http://socializandoleituras.blogspot.com
Http://bibliotecaeducadorpaulofreire.blogspot.com
Http://biblioteca.info.blogspot.com
Http://biblionet2009.blogspot.com
Http://bibliinfro.blogspot.com
Http://allysonfernades.blogspot.com
Http://biblioteca-lendoeaprendendo.blogspot.com
Http://paulinacabral.blogspot.com
Http://allysonbruno.blogspot.com
Http://expleiturablogspot.com
Http://bete1valentim.blogspot.com
Http://romariotirbutino.blogspot.com
Http://periferianoise.blogspot.com

AVALIAÇÃO

O encontro da RELER no Largo Dom Luiz, no horário da tarde, em 24/11/2008 foi muito bom! Criar um blog com exploração de diferentes ferramentas foi muito interessante e acrescentou muitas informações às (poucas) que eu tinha, apesar de já ter um blog pessoal //thelmaregina.blogspot.com/
A interação entre a equipe do Largo Dom Luiz é fundamental para que o encontro sempre acrescente. A socialização dos participantes foi positiva. As diferentes produções dos textos coletivos, os comentários sobre o vídeo "A Responsabilidade" e a leitura do texto "Paixão por leitura é coisa de DNA" foram pertinentes. Valeu!!! Thelma Regina

Reflexão: "Paixão por leitura é coisa de DNA"

O texto "Paixão por leitura é coisa de DNA" publicado no Diário de Pernambuco, em 12/10/2008 instiga reflexão sobre a importância de ler e como essa habilidade, desde cedo pode e deve ser incorporada aos hábitos do cotidiano. A pesquisa ressalta a importância da família - mãe e pai - e entre os dois, aparece a figura da professora/professor como os principais mediadores de leitura entre crianças. Interessante ler o texto.

Distante e tranquilo

Era uma vez num lugar tão, tão distante... que ali não tinha engarrafamentos de carros e corre-corre de pedestres. Mas um povo bastante alegre e receptivo...
A vida ali até que era boa, mesmo com engarrafamentos de carros e corre-corre de pedestres, que "raramente" aconteciam... A vida ali era boa e todos amavam aquele lugar.

(Texto coletivo. Em 24/11/2008)