Brincar com sons
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Imaginar.
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A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

domingo, 2 de agosto de 2015

E é folclore?!... / PROJETO on line FOLCLOREANDO quase TODO DIA no mês de agosto



E é folclore?!...

Entendendo folclore como maneiras de pensar, sentir e agir de um povo e sabendo que, historicamente e ao longo de mais de cinco séculos, diferentes povos e culturas aqui chegaram, fica mais clara a percepção da pluralidade cultural e sua expressão entre nós, brasileiros/as, hoje.  
Só lembrando, ainda, que não há cultura melhor, superior, mais rica, etc., enfim, que a cultura sendo o elemento de criação do ser humano, ao longo da construção de sua própria humanidade, portanto, não cabendo aqui preconceitos e discriminações de qualquer ordem.
Aqui, sim, a provocação para que, após a leitura, você pense sobre a sua relação com fatos e manifestações folclóricas que lhe são caras, que trazem para sua memória afetiva, elementos alegres, festivos, emotivos, reflexivos. E, quem sabe, queira socializar... 

baobá, árvore sagrada para alguns. 
Mas como não se encantar diante de tanta vida?

Abaixo, texto escrito para a Jangada Brasil em 2001 sobre a presença do folclore no cotidiano de brasileiras e brasileiros. 

http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro94/es9400922.asp



















"há luz no fim do túnel" ditado popular
O FOLCLORE NOSSO DO DIA-A-DIA 
Thelma Regina Siqueira Linhares 

Não queria ser repetitiva ao escrever sobre o tema, uma vez que participei da edição nº 37, comemorativa do 3º aniversário da Jangada Brasil, em setembro de 2001 e intitulada Folclore e Eu. Assim, resolvi destacar marcas e marcos que em mim ficaram ao encontrar e vivenciar folclore, no meu cotidiano de algumas primaveras. 

Como fugir às lembranças doces e amenas da infância e adolescência?!... A construção da minha própria história foi fundamentada no folclore através dos adultos mais significativos (mamãe, papai, madrinha, demais parentes e professoras) e das vivências compartilhadas com minha irmã e coleguinhas de infância e da escola. Época das cantigas de ninar, parlendas, trava-línguas, contos, mitos e lendas. Brincadeiras de casinhas e bonecas, adivinhas, cantigas de roda e jogos dramáticos. Superstições e crendices. Costumes e culinárias típicas acompanhando as festas populares e a riqueza cultural da Região Nordeste do Brasil, onde nasci e vivo. O que não era vivenciado, era apresentado pelos livros, muitos livros, e pela televisão, que serviam de porta para o mundo fantástico e encantado do folclore. Sempre uma rara e enriquecedora viagem. 

Na juventude, a opção pelos estudos folclóricos. Um curso na FUNDAJ, coordenado pelo folclorista e grande figura humana, Mário Souto Maior, permitiu um olhar atento às diferentes manifestações folclóricas do nosso dia-a-dia. A alegria de ler e manusear pesquisas realizadas sobre temas diversos, mas sempre ímpar, passou a fazer parte das minhas iniciativas profissionais. 

Adulta, juntamente com o maridão, foi a vez de mediar, a transmissão do folclore aos filhotes e sobrinhos. E, aqui, um reviver sempre prazeroso. 

Nesse meio tempo, alguns encontros e reencontros emocionantes. O Lobo e os Sete Cabritinhos, em livro didático. Peças em barro do Mestre Vitalino, Manoel Eudócio e outros artesãos de Caruaru. A própria feira de Caruaru e de Gravatá, cidades do Agreste pernambucano. Encontros em eventos e feiras com Ana das Carrancas e Marinalva Rufino (A Luz Divina), ambas de Petrolina. J. Borges, Dilá, José Costa Leite, Abraão Batista, Stênio Diniz xilógrafos e cordelistas, de Pernambuco e Ceará. Lia de Itamaracá e Dona Duda, em suas cirandas e cirandar... Tog e Zezinho de Tracunhaém, santeiros de Pernambuco. Mestre Noza e o grande Patativa do Assaré, inesquecíveis. Já na era da internet, sites maravilhosos possibilitam encontros com pesquisadores, estudiosos e fazedores de diferentes manifestações e fatos folclóricos. A socialização de conhecimentos passa a ser virtual. 

Como há muito citou o Mestre Luís da Câmara Cascudo, o folclore representa as maneiras diversas do pensar, sentir e agir do povo. Referem-se à produção humana, algumas vezes contestada pelo saber dominante, mas, igualmente valiosa e formadora da identidade cultural. Basta citar que Santos Dumont, no início do século passado e talvez o homem que detinha mais conhecimento científico à época, construiu em sua casa uma escada pela qual só se subia e descia com o pé direito – mundialmente conhecido para dar sorte. Do mesmo modo, que o primeiro astronauta, ao pisar na lua, conquistando para a humanidade novos espaços geográficos, deixou a marca de seu pé direito... Em ambos exemplos, registros de ignorâncias? Crendices? Coincidências? Ou a comprovação da presença do folclore nosso no dia-a-dia? 

http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro94/es9400922.asp

ciclo carnavalesco... é bom demais!
e na hora de torcer... pode até brincar.


artesanato em barro

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