Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

domingo, 15 de dezembro de 2013

MANUEL BANDEIRA e MANOEL BANDEIRA: por que grafar certo o nome desses pernambucanos?

MANUEL BANDEIRA e MANOEL BANDEIRA:
por que grafar certo o nome desses pernambucanos?
Thelma Regina Siqueira Linhares

in memorian:
Prof° Alex José Gomes da Silva


Algo que me incomoda bastante é ver a grafia do nome do poeta Manuel Bandeira, patrono do PMBFL-Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores escrita de forma errada. A simples troca de vogais, do u por o em Manuel, faz com que outro pernambucano ilustre e a ele contemporâneo, seja citado: Manoel Bandeira, o pintor. Assim, no mínimo, desconsidera-se, a certidão de nascimento, documento primeiro da cidadania de ambos.


IDENTIDADE
Thelma Regina Siqueira Linhares

U ou O eis a questão
que faz toda diferença
quando se trata de Bandeira.

U ou O eis o dilema
e não é só questão de grafia
dos nomes desses dois pernambucanos
contemporâneos.


Com U o Manuel
é Bandeira das letras
pois, principalmente, poeta.
Palavras e rimas: sina.

Com O o Manoel
é Bandeira das tintas
pois, essencialmente, pintor.
Nanquim e bico de pena... cena.

U ou O eis a questão
que não dá para esquecer:
com U o Manuel Bandeira é poeta.
com O o Manoel Bandeira é pintor.

Por favor!

(Olinda, 05/11/2013)

 
 MANUEL Carneiro de Sousa BANDEIRA Filho

MANOEL BANDEIRA

  
Manuel Bandeira, o poeta, nasceu no Recife, em 19/04/1881 e faleceu no Rio de Janeiro, em 13/10/1968. Professor, cronista, crítico e historiador literário foram alguns dos papeis sociais vividos, o maior, com certeza, foi na poesia.
Sua obra poética: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Os Sapos (1922); O Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Lira dos Cinquent’anos (1940); Belo, Belo (1948); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10 (1952); Estrela da tarde (1960); Estrela da Vida Inteira (1966); O Bicho (1947);] e Desencanto (1996).
Sua obra em prosa: Crônicas da Província do Brasil (1936); Guia de Ouro Preto (1938); Noções de História das Literaturas (1940); Autoria das Cartas Chilenas (1940); Itinerário de Pasárgada – Jornal de Letras (1954); De Poetas e de Poesia (1954); A Flauta de Papel (1957); Crônicas inéditas I e Crônicas inéditas II (2009).

O Bicho
Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


Irene no céu
Manuel Bandeira

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.


Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.


Manoel Bandeira, o pintor, nasceu em Escada/PE, no dia 02/05/1900 e faleceu no Recife, em 03/03/1964. As técnicas preferidas do pintor foram o desenho com bico-de-pena e tinta nanquim ou estilete - no caso dos trabalhos sobre papel gessado - e pinturas com aquarela, guache e óleo.
  







Sites interessantes sobre Manuel Bandeira, o poeta:

Sites interessantes sobre Manoel Bandeira, o pintor:

  
 Seria interessante ser disponibilizado pelo Diário de Pernambuco, o texto Xará, o batuta é você, escrito por Manuel Bandeira, o poeta, para o Manoel Bandeira, o pintor, conforme informação e texto da pesquisadora da FUNDAJ, Semira Adler Vainsencher.