Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

sábado, 25 de julho de 2015

Gato ao crepúsculo / Millôr Fernandes


Gato ao crepúsculo
Poeminha de louvor ao pior inimigo do cão
Millôr Fernandes

Gato manso, branco,
Vadia pela casa,
Sensual, silencioso, sem função.

Gato raro, amarelado,
Feroz se o irritam,
Suficiente na caça à alimentação.

Gato preto, pressago,
Surgindo inesperado
Das esquinas da superstição.

Cai o sol sobre o mar.

E nas sombras de mais uma noite,
Enquanto no céu os aviões
Acendem experimentalmente suas luzes verde-vermelho-verde,
Terminam as diferenças raciais.

Da janela da tarde olho os banhistas tardos
Enquanto, junto ao muro do quintal,
Os gatos todos vão ficando pardos.



MILLÔR FERNANDES
(*1923  /  + 2012)
https://www.facebook.com/millorfernandes/photos/a.271404642931103.62364.161960227208879/873790116025883/?type=1&theater

Millôr Fernandes 
nasceu Milton Viola Fernandes. 
Foi desenhista, humorista, dramaturgo, 
escritor, tradutor e jornalista. 


Sites sobre Millôr Fernandes
http://www.releituras.com/millor_bio.asp
http://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/millor-fernandes-1/
http://www.jornaldepoesia.jor.br/millor.html
http://www.citador.pt/poemas/saudacao-aos-que-vao-ficar-millor-fernandes

terça-feira, 14 de julho de 2015

Presente... MÁRIO SOUTO MAIOR

Presente... MÁRIO SOUTO MAIOR
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=707:mario-souto-maior&catid=48:letra-m&Itemid=192

Conheci Mário Souto Maior em 1976 , 
no curso de Especialização em Pesquisa Folclórica, 
pelo, então, Instituto Joaquim Nabuco
de Pesquisas Sociais , hoje FUNDAJ 
e, ainda, cursando Ciências Sociais na UFPE.
Folclore sempre tão próximo, 
afinal presente no meu dia a dia, 
mas visto, sob o prisma de pesquisadora, 
talvez, mais encantador se tornou. 

Fazer parte 
da série micromonografia de Folclore,
produzida no período de 1976 a 2004,
pela FUNDAJ foi, e ainda é, uma alegria.
E foram 9 trabalhos:
Superstições do futebol (n° 50-51 - 1978)
O papa na literatura de cordel (n° 101 - 1981)
Natal (n° 117 - 1981)
Algumas cantigas de roda (n°136 - 1983)
Correntes (n°143 - 1984)
Parlendas na Guabiraba (n° 252 - 1998)
Folclore e livro didático (n° 265 - 1999)
Seca, cordel e folclore (n° 280 - 2000)
Folcloreando na escola (n° 288 - 2001)

Motivada pela série 
que professor Mário estava escrevendo 
sobre brasileiros/as  - Um menino chamado... -
e, também, querendo homenageá-lo pelos 
80 anos de vida escrevi o 
Mário Souto Maior e as crianças,
trazendo um pouco da sua biografia, 
para uma feira de conhecimentos ficcional em cujas personagens, crianças reais e amadas.


O lançamento do livro 
Mário Souto Maior e as crianças
  teve a presença do biografado
 e aconteceu na Casa da Amizade das Senhoras
 dos Rotarianos do Recife,
no dia 30/07/2001.

Naquela ocasião, 
professor Mário foi homenageado 
contou histórias sobre o folclore.

Prof° Mário, eu, Edvaldo e sra. Hélia Lins
Eu, Sthella, Rodrigo e prof° Mário
 Em 15/11/2001, 
publiquei no site www.usinadeletras.com.br 
o poema a seguir:

PROFESSOR
Thelma Regina Siqueira Linhares

Cabra da peste 
Que nasceu nordestino 
De muitos nomes próprios 
E, muito mais, palavrões
Com receitas de comes e bebes 
E de cachaças
Para festejar o ano inteiro. 
Segue pesquisando 
e (in)formando gerações. 
MÁRIO SOUTO 
MAIOR no folclore. 
MAIOR na simplicidade.


Também no site www.usinadeletras.com.br com publicação em 24/08/2002, o texto 22 de agosto.

22 de agosto
Thelma Regina Siqueira Linhares

Além de rimar com desgosto, o mês de Agosto traz em seus dias a comemoração do Dia Mundial do Folclore. Precisamente, o dia 22. Data dedicada a tudo que traduz “o pensar, sentir e agir de um povo” como tão definitivamente definiu Luís da Câmara Cascudo, o mais completo folclorista brasileiro. 
O vocábulo Folclore foi criado em 1846, pelo antropólogo inglês William John Thoms. Mas, muito tempo atrás, ainda na Antiguidade, escritores, pensadores e filósofos atentaram para alguns fatos folclóricos dedicando-lhes estudos e importâncias na construção do conhecimento de povos, culturas e civilizações. 
A vivência do Folclore há muito retrocede no tempo. Talvez, àquele exato momento em que os primeiros seres humanos se definiram como tal, na linha divisória com os outros primatas. Observando a natureza, buscando a sobrevivência da espécie, dando identidade própria a determinado grupo social, enfim, promovendo aprendizagens e socializando conhecimentos incorporados às tradições e transmitidas oralmente através das gerações. 
À tradição e à oralidade, junta-se o anonimato e a funcionalidade do fato para torná-lo folclórico. Do contrário, apenas um fato popular ou pitoresco. 
E como é variado o leque dos fatos folclóricos! Cantigas de ninar e acalanto. Cantigas de roda. Histórias da carochinha, lendas e mitos. Brinquedos e brincadeiras populares. Ditados populares, provérbios, frases de pára-choques de caminhão. Parlendas, trava-línguas. Adivinhações, crendices e superstições. Comidas e bebidas típicas. Tipos populares. Artesanato. Medicina popular. Entre tantos. 
E tem fato folclórico para todo gosto e idade. 
Ainda no ventre da mãe, adivinhações e crendices buscam a identificação do sexo do feto. Ao nascer, braços carinhosos, solícitos e cuidadosos protegem o bebê que cresce e vai se apropriando da cultura em que está inserido. Pela transmissão. Pela oralidade. Pela tradição. 
Na creche ou na escola se acelera a socialização infantil. As brincadeiras e cantigas de roda, as parlendas, as histórias da carochinha, etc. povoam a imaginação, exercitam à criatividade, ampliam vocabulário. Na infância e adolescência, brincadeiras populares, folguedos, crendices e superstições. Na idade adulta e velhice, comidas e bebidas típicas, crendices... E a história se repetindo, se reinventando, se reescrevendo. 
22 de Agosto. 
Bela data para rever valores. Inclusive, ocasião para reverter preconceitos de considerar Folclore uma ciência de menor importância para a humanidade. Neil Armstrong ao deixar sua pegada no solo lunar citou ser aquele “um grande passo para a humanidade” e lá ficou a marca do seu pé direito... para dar sorte, com certeza! 
22 de Agosto. 
Também é data de lembranças. Da festa do Folclore na FUNDAJ, tendo por anfitrião o folclorista Mário Souto Maior. Encontro de amigos. Socialização de saberes. Comes e bebes autenticamente nordestinos... 
22 de Agosto. 
Viva o Folclore! 


Hoje, aqui no blog, comemorando o 14 de julho.
Dia de Mário Boaventura Souto Maior
* Bom Jardim/PE, 14/07/1920
 + Recife/PE, 25/11/2001

Sites sobre Mário Souto Maior:




Cordeis sobre o folclorista pernambucano:

Vídeos sobre Mário Souto Maior:

domingo, 12 de julho de 2015

Sorveteiro / Lenice Gomes


... "Meu sorvete colore
uni duni tê"...

Sorveteiro
Lenice Gomes

Uni duni tê
Salamê mingüê
Meu sorvete colore
Uni duni tê

Mangaba, jabuticaba,
Goiaba,
Acerola, sirigüela, graviola
Uni duni tê.

Tilim, tilim, tilim...
tocando o sino
pelas ruas da cidade
o sorveteiro anuncia
um mundo doce e leve.

O simpático sorveteiro
entre frutos e cores
oferece todos os sabores:
abacaxi, caqui, sapoti,
maracujá, cajá, araçá...

Para alegrar
nosso coração
vamos saborear
um sorvetão?
Uni duni tê.


http://3.bp.blogspot.com/-yUJ-DTkP5DI/T_mvWXaRtII/AAAAAAAAlGk/Ai_nVPuG_S4/s1600/leni.jpg
Lenice Gomes 
é pernambucana, natural de Japi. 
Especialista em Literatura Infantil e Juvenil 
já publicou mais de 50 livros. 

Sites sobre Lenice Gomes