Dia Mundial do CUSCUZ: 19 de Março
Buscando belezura hoje. Memórias afetivas no dia do Cuscuz. Do Milho, pra nós nordestinas e nordestinos muitas gostosuras: milho assado, milho cozido, cuscuz, pamonha, canjica, xerém, angu, pipoca, broa, bolo, pudim, curau, sorvete, e mais. Qualquer opção, sentidos são contemplados: paladar, olfato, visão, audição, tato. E afeto, companheirismo, dedicação, solidariedade. Tradicionalmente, 19 de Março, dia de São José, se inicia o plantio do Milho. Colhido, em cerca de três meses, é a base da Culinária Junina. Festas de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo.
Voltando a falar, particularmente, sobre o Cuscuz que pode ser consumido com uma variedade de acompanhamento: com manteiga, leite, café, carne (guizada, de sol, de charque, de porco, de bode), com galinha, ovos, queijo, embutidos, frios e o que mais se quiser. E a sua popularidade não se restringe às terras nordestinas. Do outro lado do Atlântico, crianças amam "cuscuzinho com leite ou com ovo". Não é Yann e Nick? E, se Vovô quem fez, mais delícia, ainda!
A UNESCO concedeu ao cuscuz status de Patrimônio Imaterial da Humanidade desde 16.12. 2020, atendendo solicitação conjunta da Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia. Através de vídeo-chamada a Unesco declarou na ocasião que : “Essa inscrição conjunta de um patrimônio compartilhado ilustra até que ponto o patrimônio cultural imaterial pode ser um assunto sobre o qual os Estados se reúnem e cooperam (…) aproximando-os por meio das práticas e saberes que têm em comum”.
O cuscuz surgiu na África. Os mouros berberes, povo habitante do norte do continente africano, tradicionalmente usavam a sêmola de trigo, além de cevada, arroz ou sorgo. Ao conquistar a Península Ibérica (ano de 711 e por quase oito séculos) os mouros levaram hábitos alimentares para Espanha e Portugal. Com a "descoberta" do Brasil pelos portugueses novos hábitos alimentares foram sendo introduzidos na colônia tornando-se base da alimentação só que usando a farinha do milho, planta nativa e farta nas Américas.
Luiz da Câmara Cascudo, no livro A história da alimentação no Brasil, já apontava o cuscuz como um dos pilares da culinária brasileira.
Desde o período colonial, o cuscuz nordestino já se personalizava: feito com milho, cozido no vapor em uma cuscuzeira. Granulado e mais parecido com o africano. Na versão salgada com acompanhamento diversos: ovos, manteiga, carnes diversas, embutidos e frios. Na versão doce, embebido em leite de coco, geleias, etc. Consumido, principalmente, no café da manhã, embora presente, em outras refeições diárias.
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