Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Oficina DIZER POESIA É TÃO BOM!


Oficina DIZER POESIA É TÃO BOM!
Relato de experiência
Thelma Regina Siqueira Linhares

A Oficina DIZER POESIA É TÃO BOM! aconteceu no dia 30/04/2009, no turno da manhã, com 22 estudantes do Ciclo 2 – Ano 2 A, da Escola Municipal Oswaldo Lima Filho, alunos/as da professora Renata e fez parte do Evento Literário - Semana do Livro marcado, inicialmente, para os dias 23 e 24/04/2009. GOSTARIA DE RETIFICAR O NOME DO EVENTO: CONCERTO DE LEITURA, OCORRIDO 1º DIA EM 23/04 E 2º DIA EM 30/04/2009.
(http://emolf.blogspot.com)

Na sala de aula, rapidamente, me apresentei: Thelma Regina, professora da rede municipal do Recife, pesquisadora de folclore, aprendiz de poeta e, há quase dois anos, lotada na GBFL-Gerência de Biblioteca e Formação de Leitores. Estava, àquela manhã, para vivenciar com a turma, uma oficina de poesia, mais precisamente, uma oficina de dizer poesia.

Iniciando as atividades, pedi que cada estudante escrevesse, individualmente num cartãozinho, seu nome e uma palavra que achasse ligada à poesia. Era uma maneira da gente se conhecer um pouquinho e, também, de saber o que eles achavam de poesia. Enquanto as crianças se preparavam para produzir o crachá, eu ia desenrolando um cartaz e lendo o poema o Convite, de José Paulo Paes, que muitos acompanhavam, dizendo baixinho. Depois, afixei o cartaz na parede.
A confecção do crachá levou uns 10 minutos. As crianças usaram lápis hidrocor. As palavras escolhidas foram: alegria (1), amor (10), brincadeira (1), coração (1), letras (1), paixão (3), palavras(1), paz(3) e vida(1). Por solicitação, alguns/algumas estudantes concordaram em dizer o porquê da escolha da palavra. Por exemplo: “paixão porque quem escreve poesia tem paixão, amor”; “palavras porque precisa delas para escrever”.
Vinte e um crachás foram recolhidos, um rasgado e um extraviado:



Em seguida, falei um pouco sobre esse gênero literário, exemplificando com o dizer poesias. Para isso, usei os livros do pequeno acervo que levei. Alguns eram conhecidos pelos/as estudantes, que acompanhavam ou demonstravam alegria em ouví-los:
Oficina da Palavra, coletânea de poesias de professoras da Rede Municipal do Recife;
EJA Fazendo Versos, coletâneas de poesias de estudantes de EJA da Rede Municipal do Recife;
Bandeira Nordestina, Jessier Quirino;
Trem de Alagoas e outros poemas, coletânea Literatura em Minha Casa;
Bichos de Versos, coletânea Literatura em Minha Casa;
Berimbau e Outros Poemas, Manuel Bandeira;
O Jogo das Palavras Mágicas, Elias José;
Livro de Papel, Ricardo Azevedo;
A Menina Transparente, Elisa Lucinda;
Sapato Furado, Mário Quintana;
O Jardim de Todos, Carlos Rodrigues Brandão e Isis Zahara;
Folhetos de cordel (3 títulos).

Chegou, então, a hora de propor o recital. Proposta aceita de imediato. Disponibilizei 16 poesias, xerocadas em um conjunto de três folhas. Como estavam em duplas, solicitei que lessem baixinhos todos os poemas e escolhessem um para o recital, a ser apresentado para os/as colegas, na sala mesmo. E, se um poema fosse escolhido mais de uma vez, cada dupla daria a sua identidade, sua interpretação.
Nessa atividade, enquanto a turma conhecia, reencontrava e escolhia o poema para o recital, fui chamada por uma dupla de meninos – Bruno Vinicius e Ezequiel. Disseram que escreviam poesias e, não demorou muito, logo, no verso de seus crachás, estavam escritos os seus próprios versos, que foram ditos para os colegas durante o recital.






Durante o recital para a turma, Tereza, da DGTEC, filmou. Fotografei todas as duplas e enviei as fotos para o e-mail da professora Renata. (Achei melhor não incluir as fotos nessa socialização, pois não faço parte daquela unidade escolar.) Combinamos, a turma e eu, de trocar mensagens, periodicamente, às quartas-feiras, durante a ida das crianças ao laboratório de informática.

As duplas de estudantes e os poemas escolhidos foram:
Nathália e Andrew - Ler é tão bom, Thelma Regina Siqueira Linhares;
Denílson e Gabriel - Nem Venha, Marinalva Bernadete de Oliveira;
Jéssica e Priscila - Borboletas, Luiz Rodrigues;
Laíse e Mylena - Borboletas, Luiz Rodrigues;
Cibele e Ana Clésia - Gravata Colorida, Solano Trindade;
Mª Elisa e Elizabete - A Casa, Vinicius de Moraes;
Luciana e Mikaela - A Casa, Vinicius de Moraes;
Beatriz e Daniele - O Ron-ron do Gatinho – Ferreira Gullar;
Rebeca e Adriana - A Boneca, Olavo Bilac;
Vitória e Yasmim - Leilão de Jardim, Cecília Meireles;
Bruno e Ezequiel - Ser Mãe, Coelho Neto.

Os poemas que não foram usados no recital foram:
Ode a Chica, Eneide Maria Ferreira;
Irene no Céu, Manuel Bandeira;
Classe Média, Geraldino Brasil;
Dimensões, Dom Hélder Câmara;
Marginal Recife, Miró;
Convite, José Paulo Paes;
A Janela Encantada, Thiago de Mello.

Chegou a hora do intervalo para a merenda.

Na sala dos/as professores, conheci o escritor Osvaldo Pereira da Silva que estava relançando o seu livro Pina, Povo, Cultura e Memória, como atividade inclusa no Evento Literário da Semana do Livro, da Escola Municipal Oswaldo Lima Filho.
De volta à sala, propus um mote para a produção coletiva de um poema, o que foi aceito pela turma e produzido com interesse. Fui transcrevendo no quadro branco e algumas pequenas modificações foram realizadas enquanto o texto era escrito. O texto ficou assim:

DIZER POESIA É TÃO BOM
Poesia coletiva da turma Ciclo 2 – Ano 1 A
Por que dizer poesia é tão bom?
Porque expressa o pensamento.
Faz lembrar coisas da vida.
Porque expressa o amor.
Porque a poesia reflete novas palavras para a vida.
Porque pra fazer poesia
tem que ter amor e paixão
no nosso coração.

Essa provocação estimulou a vontade de escrever nas crianças. E produções poéticas autorais foram sendo escritas nos cartões e depois socializadas num dizer poético. Os temas foram variados: poesia, jardim, sonho, estrela, amor e mãe. Não sei se motivados pelo poema de Coelho Neto ou se pela proximidade do dia das mães, o fato é que 10 textos poéticos foram escritos com essa palavra.













Sempre motivados/as pelo dizer poesias, várias crianças pegaram o livro Berimbau e outros poemas e começaram um recital exclusivo de Manuel Bandeira. Espontaneamente, escolhiam o poema de sua predileção e o diziam para os/as colegas que se deliciavam com a poesia ou aguardavam ansiosos/as a vez de sua apresentação. Foi preciso, inclusive, limitar as inscrições porque a hora de terminar a oficina estava chegando... Mas foi possível ouvir nas vozes infantis: Trem de Ferro, O Pardalzinho, Canto de Natal e A Estrela.
Finalizando, li dois poemas do livro O Jardim de Todos, com o apelo de um cuidado especial com a vida e com o planeta Terra, responsabilidade individual e coletiva: Um passariinho e Vida de Índio.

Fiquei emocionada com a motivação e identificação da turma com a poesia! Com a vontade do dizer poesias dos pequenos e pequenas. E, em especial, com a disponibilidade de escrever poesias e textos poéticos. Evidentemente, refletindo um trabalho diário, de sensibilização, de contato com a palavra, de mediação de leituras.

Um comentário:

Thelma Regina Siqueira Linhares disse...

Oi Ciclo 2 - Ano 1 A!
Tudo bem com todos e todas? Viram como a nossa oficina DIZER POESIA É TÃO BOM! foi produtiva e ficou bonita?! As fotos das duplas dizendo poesias enviei para o e-mail da professora Renata. Até outro encontro. Thelma Regina