Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Chuva de vento / Mauro Mota

(As biqueiras da infância, ...)
Chuva de vento
 Mauro Mota

De que distância
chega essa chuva
de asas, tangida
pela ventania?

Vem de que tempo?
Noturna agora
a chuva morta
bate na porta.

(As biqueiras da infância, as lavadeiras
correm, tiram as roupas do varal,
relinchos do cavalo na campina,
tangerinas e banhos no quintal,
potes gorgolejando, tanajuras,
os gansos, a lagoa, o milharal.)

De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?

Que rosas fez abrir?
Que cabelos molhou?


Estendo-lhe a mão: a chuva fria.


Mauro Ramos da Mota e Albuquerque

Sites sobre Mauro Mota




http://www.pernambuco.com/turismo/turismo_circuitodapoesia/

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O ron-ron do Gatinho / Ferreira Gullar


...esse ron-ron em seu peito
não é doença - é carinho.

O ron-ron do gatinho
Ferreira Gullar

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.

Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.

É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.

No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.

Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peito
não é doença - é carinho.



http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/tag/ferreira-gullar/
Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira




vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DTi-rcf_S6A



http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/files/2010/09/ferreira-gullar-flip-divulg.jpg

terça-feira, 22 de abril de 2014

Acróstico para o planeta Terra / Thelma Regina Siqueira Linhares


ACRÓSTICO PARA O PLANETA TERRA (*) 
Thelma Regina Siqueira Linhares (**) 

Planeta Terra, nossa casa.
Lar de seres vivos que,
Aqui, diversificam a
Natureza, exuberantemente, linda!
E, no entanto, ameaçado...
Traído...
Ambiciosamente explorado.

Terra, o nosso planeta água
Ecologicamente aguarda a
Reinvenção de toda e qualquer
Relação racional que
Ampare e preserve sua biodiversidade.

(*) Publicado na Antologia "Palavras Verdes" - Edição nº 1 – CBJE - Março de 2008 
(**) Patrona Cultural do Fórum SobreViver 






22 de abril de 2014: manhã

                                 22 de abril de 2014: tarde







quinta-feira, 17 de abril de 2014

A vida é feita de escolhas / Pe Fábio de Melo


A vida, essa mistura de passado, de presente, de futuro 
é a matéria prima que nós precisamos articular o tempo todo, 
se a gente quiser ser feliz. 
A vida, essa mistura de passado, de presente, de futuro 
é a matéria prima que nós precisamos articular o tempo todo, 
se a gente quiser ser feliz. 
O resultado da nossa satisfação, 
da nossa alegria de ser o que a gente é. 
É o fruto das escolhas que a gente fez, 
do passado, do presente e amanhã, 
ou então o fruto das escolhas que estamos fazendo, 
os frutos das escolhas nós que fazemos, 
eu sempre digo não tem outro caminho, 
aquilo que a gente escolheu viver hoje 
ou isso vai ser matéria prima de saudade boa no futuro 
ou vai ser matéria prima de remorso ...
(Pe. Fábio de Melo)

Fábio José de Melo Silva

Amor é que nem passarinho:
Quando engaiolamos pára de cantar, brilhar e perde a graça.
Vida de amor é presença e ausência. Na medida certa.
O amor é sentir saudade, pois é na saudade que conseguimos mensurar a importância das pessoas nas nossas vidas.


 Pra mim as coisas mais valiosas
ainda são de graça,
paz, amor, liberdade
e uma mente educada.


Nos dias de hoje, cada vez mais,
acentua-se a necessidade de ser forte.
Mas não há uma fórmula mágica
que nos faça chegar à força
sem que antes tenhamos
provado a fraqueza.


Não coloque muita atenção nos erros cometidos.
Só o bem que ainda pode ser feito merece
o nosso emprenho.
Chorar sobre o impossível é não viver.


A vida é assim. O aprendizado é na prática.
E a regra é simples:
se não posso mudar os fatos,
então deixo que os fatos me modifiquem.
Quero o crescimento possível,
a travessia que me é proposta.
Porque ficar parado e lamentando
a vida que não quero,
é um jeito estranho de abandonar
a vida que tanto desejo.


Amar alguém é viver o exercício de não
fazer do outro o que a gente
gostaria que ele fosse.
A experiência de amar e ser amado
é acima de tudo a experiência do respeito.



Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos.
O que vemos é a terra agradecida, pronta para fecundar
o que nela está sepultado, aguardando a hora da ressurreição.
Felicidade é coisa que não tem nome.
É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes.
Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero.
É olhar de amigo em horas de abandono.
É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito.
É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros.


Há dois tipos de perguntas.
Uma que precisa ser respondida e outra precisa ser vivida.
Há perguntas práticas e perguntas existenciais.
Perguntas práticas se contextualizam no horizonte da objetividade. Perguntas existenciais não provocam respostas imediatas.
Viver é uma forma de respondê-las.
É maravilhoso conviver com elas...

Não perca tempo invejando
o jardim do vizinho.
Plante o seu .


A maneira mais sensata de esperar
pelo milagre é fazendo a
parte que nos cabe.


Paraíso?
É a satisfação pessoal de ser quem é.
É viver confortável em si mesmo.
Sendo assim, a eternidade já começou.


Cuidado com as vozes que insistem
em lhe recordar os seus defeitos...
elas costumam prejudicar
a sua visão sobre si mesmo.


Não permita que a decepção
ocupe o território de suas
esperanças.


Vire a página.
Dê um ponto final nas coisas
que te fazem mal.
A vida é um círculo,
não um quadrado.
Tenha pressa de ser feliz,
por que nós não sabemos
quanto tempo nos resta...



vídeo: A vida é feita de escolhas / Pe Fábio de Melo


quarta-feira, 9 de abril de 2014

QUE BOM! Que pena... Que tal?



Estou estreando uma nova sessão no blog QUE BOM! Que pena... Que tal? 
com um tema que já motivou algumas discussões e promete polemizar mais ainda,
à medida que se aproxima a Copa do Mundo Fifa,
 o Campeonato do Mundo de Futebol
ou o Campeonato Mundial de Futebol.
Acho que prefiro esse último nome...

QUE BOM! 
Que o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), uma espécie de tatu que vive no Brasil, foi escolhido para mascote do futebol brasileiro.
Animal pequeno, com cerca de 50 cm de comprimento, na cor marrom escura
e uma característica peculiar: a capacidade de se enrolar no formato de uma bola, 
o que ajuda na defesa de predadores naturais, como onças e raposas. 
A espécie integra a lista do Ministério do Meio Ambiente de animais em extinção no Brasil 
e é protegido pela Lei 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais.
tatu-bola ou Tolypeutes tricinctus

Transformar-se em bola ao se contorcer e ocultar na região interior de sua carapaça, 
que se fecha no formato esférico,
partes frágeis como tronco, cabeça e patas é a maneira de se defender e,
 assim, pode permanecer por mais de uma hora. O tatu-bola é uma espécie endêmica,
encontrado em  oito estados brasileiros,
onde predominam os biomas da Caatinga e Cerrados, alvos de  devastação e urbanização.


 Por ocasião da escolha do animal como mascote para a Copa 2014, ambientalistas acreditavam que ajudaria a divulgar a espécie, contribuindo para a sua preservação.

A Associação Caatinga, ONG sediada no Ceará, 
apresentou à FIFA, em fevereiro de 2012, 
a ideia de se utilizar o tatu-bola como mascote da Copa. 
Para tal, segundo informativo oficial da ONG, justificava que 
“A escolha deste animal dentre tantas outras espécies silvestres, surgiu devido à habilidade deste animal de curvar-se sobre si mesmo protegendo-se, quando ameaçado, 
assumindo a forma de uma bola. 
O tatu-bola é o menor tatu do Brasil e o mais ameaçado. 
A sua caça já o fez desaparecer de vários estados.”


Que pena...

Que pena que o nome oficial do mascote tatu-bola escolhido foi Fuleco... Ninguém merece! 

Que pena... que o objetivo da indicação do tatu-bola para sensibilizar e motivar atitudes em prol do pequeno animal silvestre parece, ainda, não decolar...
http://www.acaatinga.org.br/index.php/2014/fuleco-nao-esta-fazendo-nada-pelo-tatu-bola-diz-ambientalista/



Que pena... que o significado do nome oficial do mascote da seleção brasileira seja alvo de tantos significados contraditórios.



Que tal?
Chamar o mascote da seleção brasileira de futebol 2014 por TATU-BOLA!


Site oficial da FIFA

Pelo tatu-bola!
Pelo mascote tatu-bola! 
Restrições ao nome oficial adotado pelo tatu-bola!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cajueiro pequenino / Juvenal Galeno

À sombra das tuas folhas   
  Cajueiro Pequenino
Juvenal Galeno

Cajueiro pequenino,   
Carregadinho de flor,   
À sombra das tuas folhas   
Venho cantar meu amor,  
Acompanhado somente  
Da brisa pelo rumor,  
Cajueiro pequenino,  


Carregadinho de flor.  
  Tu és um sonho querido  
De minha vida infantil,  
Desde esse dia... me lembro...  
Era uma aurora de abril,  
Por entre verdes ervinhas  
Nasceste todo gentil,  
Cajueiro pequenino,  
Meu lindo sonho infantil.  
  Que prazer quando encontrei-te  
Nascendo junto ao meu lar!  
— Este é meu, este defendo,  
Ninguém mo venha arrancar –  
Bradei e logo cuidadoso,  
Contente fui te alimpar,  
Cajueiro pequenino,  
Meu companheiro do lar.  
Cresceste... se eu te faltasse,  
Que de ti seria, irmão?  
Afogado nestes matos,  
Morto à sede no verão...  
Tu que foste sempre enfermo  
Aqui neste ingrato chão!  
Cajueiro pequenino,  
Que de ti seria, irmão?  
  Cresceste... crescemos ambos,  
Nossa amizade também;  
Eras tu o meu enlevo,  
O meu afeto o teu bem;  
Se tu sofrias... eu, triste,  
Chorava como... ninguém!  
Cajueiro pequenino,  
Por mim sofrias também!  
  Quando em casa me batiam,  
Contava-te o meu penar;  
Tu calado me escutavas,  
Pois não podias falar;  
Mas no teu semblante, amigo,  
Mostravas grande pesar,  
Cajueiro pequenino,  
Nas horas do meu penar!

Após as dores... me vias
Brincando ledo e feliz  
O-tempo-será e outros  
Brinquedos que eu tanto quis!  
Depois cismando a teu lado  
Em muito verso que fiz...  
Cajueiro pequenino,  
Me vias brincar feliz!  
  Mas um dia...   me ausentaram. .  
Fui obrigado...  parti!  
Chorando beijei-te as folhas. . .  
Quanta saudade senti!  
Fui-me longe... muitos anos  
Ausente pensei em ti...  
Cajueiro pequenino,  
Quando obrigado parti!  
Agora volto, e te encontro  
Carregadinho de flor!  
Mas ainda tão pequeno,  
Com muito mato ao redor...  
Coitadinho, não cresceste  
Por falta do meu amor,  
Cajueiro pequenino,  
Carregadinho de flor.
http://www.jornaldepoesia.jor.br/galeno01.html

Sites sobre Juvenal Galeno
http://apoesiadobrasil.blogspot.com.br/2012/03/juvenal-galeno-1836-1931-juvenal-galeno.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Juvenal_Galeno

http://www.casadejuvenalgaleno.com.br/p/juvenal-galeno.html

http://www.secult.ce.gov.br/index.php/equipamentos-culturais/casa-juvenal-galeno/43506
                                                                                                                                                                       
            
  

Juvenal Galeno da Costa e Silva *1838 + 1931
http://socializandoleituras.blogspot.com.br/2014/04/1-de-5-perfil-juvenal-galeno-vida-e-o.html

https://www.youtube.com/watch?v=BCxAg33dIEw (1de5) - Juvenal Galeno: a vida e o legado do poeta
https://www.youtube.com/watch?v=w4OYy7vhKIE (2de5) - Juvenal Galeno: a vida e o legado do poeta
https://www.youtube.com/watch?v=NcbVkKAc9No (3de5) - Juvenal Galeno: a vida e o legado do poeta
https://www.youtube.com/watch?v=kSXp50AxlFg (4de5) - Juvenal Galeno: a vida e o legado do poeta
https://www.youtube.com/watch?v=L5s3KO6u8Cw (5de5) - Juvenal Galeno: a vida e o legado do poeta

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