MANUEL BANDEIRA e MANOEL
BANDEIRA:
por que grafar certo o
nome desses pernambucanos?
Thelma Regina Siqueira
Linhares
in memorian:
Prof° Alex José Gomes da Silva
Algo
que me incomoda bastante é ver a grafia do nome do poeta Manuel Bandeira,
patrono do PMBFL-Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores escrita de
forma errada. A simples troca de vogais, do u por o em Manuel, faz com que
outro pernambucano ilustre e a ele contemporâneo, seja citado: Manoel Bandeira,
o pintor. Assim, no mínimo, desconsidera-se, a certidão de nascimento,
documento primeiro da cidadania de ambos.
IDENTIDADE
Thelma Regina Siqueira
Linhares
U ou O eis a questão
que faz toda diferença
quando se trata de Bandeira.
U ou O eis o dilema
e não é só questão de grafia
dos nomes desses dois pernambucanos
contemporâneos.
Com U o Manuel
é Bandeira das letras
pois, principalmente, poeta.
Palavras e rimas: sina.
Com O o Manoel
é Bandeira das tintas
pois, essencialmente, pintor.
Nanquim e bico de pena... cena.
U ou O eis a questão
que não dá para esquecer:
com U o Manuel Bandeira é poeta.
com O o Manoel Bandeira é pintor.
Por favor!
(Olinda, 05/11/2013)
MANUEL Carneiro de Sousa BANDEIRA Filho
MANOEL BANDEIRA
Manuel
Bandeira, o poeta, nasceu no Recife, em 19/04/1881 e faleceu no Rio de Janeiro,
em 13/10/1968. Professor, cronista, crítico e historiador literário foram
alguns dos papeis sociais vividos, o maior, com certeza, foi na poesia.
Sua
obra poética: A Cinza das Horas (1917); Carnaval (1919); Os Sapos (1922); O
Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Lira dos
Cinquent’anos (1940); Belo, Belo (1948); Mafuá do Malungo (1948); Opus 10
(1952); Estrela da tarde (1960); Estrela da Vida Inteira (1966); O Bicho (1947);]
e Desencanto (1996).
Sua
obra em prosa: Crônicas da Província do Brasil (1936); Guia de Ouro Preto
(1938); Noções de História das Literaturas (1940); Autoria das Cartas Chilenas
(1940); Itinerário de Pasárgada – Jornal de Letras (1954); De Poetas e de
Poesia (1954); A Flauta de Papel (1957); Crônicas inéditas I e Crônicas
inéditas II (2009).
O Bicho
Manuel Bandeira
Vi
ontem um bicho
Na
imundície do pátio
Catando
comida entre os detritos.
Quando
achava alguma coisa,
Não
examinava nem cheirava:
Engolia
com voracidade.
O
bicho não era um cão,
Não
era um gato,
Não
era um rato.
O
bicho, meu Deus, era um homem.
Irene no céu
Manuel Bandeira
Irene
preta
Irene
boa
Irene
sempre de bom humor.
Imagino
Irene entrando no céu:
—
Licença, meu branco!
E
São Pedro bonachão:
—
Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Manoel
Bandeira, o pintor, nasceu em Escada/PE, no dia 02/05/1900 e faleceu no Recife, em 03/03/1964. As
técnicas preferidas do pintor foram o desenho com bico-de-pena e tinta nanquim
ou estilete - no caso dos trabalhos sobre papel gessado - e pinturas com
aquarela, guache e óleo.
Sites interessantes sobre Manuel Bandeira, o poeta:
Sites
interessantes sobre Manoel Bandeira, o pintor:
Seria interessante ser disponibilizado pelo Diário de Pernambuco, o texto Xará, o batuta é você, escrito por Manuel Bandeira, o poeta, para o Manoel Bandeira, o pintor, conforme informação e texto da pesquisadora da FUNDAJ, Semira Adler Vainsencher.