Brincar com sons
Juntar letras
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Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

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de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pensando sobre Folclore



No finzinho de julho, 29 último, recebi e-mail do Sr. Jean Oliveira, da Folha da Região, de Araçatuba/SP, solicitando uma entrevista on line, para matéria a ser publicada no referido jornal, dentro das comemorações do folclore. Demorei um pouco a responder as quatro perguntas por ele enviadas, o que aconteceu, somente em 16/08/2010 e, não tendo notícia se foram ou não aproveitadas em matéria daquele jornal, resolvi socializar no blog, ainda em agosto, sabidamente o mês dedicado ao folclore.

1) Qual é a contribuição do ensino do folclore para as novas gerações?
Importante! Considerando que as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, no dizer de Luís da Câmara Cascudo, constituem o folclore, é indiscutível o valor, a necessidade e o poder que o ensino do folclore exerce às novas gerações, independente do nível de conscientização e formalidade que se tem, até, sobre essa aprendizagem. Valores, conhecimentos, literatura, tradições, técnicas são diferentes manifestações que fazem parte do imenso e rico acervo de cultura popular e folclore passado às novas gerações.

2) Lenda como a do menino saci devem fazer parte do currículo das escolas ou deve ser apenas uma iniciativa de grupos específicos e da cultura oral no círculo familiar?
Não acho que se deva incluir conteúdos específicos do folclore no currículo das escolas, pois os PCN-Parâmetros Curriculares Nacionais, na Pluralidade Cultural, abordam a inclusão de conhecimentos além da grade curricular básica. O importante é que se estabeleça, sempre, uma contextualização do fato folclórico estudado com outros conhecimentos acadêmicos... que o folclore não seja apresentado como algo exótico, extraordinário, defasado e pobre e que, também, seja respeitado em suas peculiaridades, pois a funcionalidade é uma das suas características. E, uma dica: que o folclore não fique restrito ao dia 22 de agosto ou ao oitavo mês do ano... que vá além do livro didático... que seja procurado e encontrado na própria comunidade escolar e além dos muros da escola...

3) Como a senhora vê hoje a percepção média do brasileiro com a cultura e o folclore nacional? Temos preconceito?

De modo geral, se tem preconceito com o folclore e a cultura popular. Faz parte daquela invisibilidade que se manifesta de diferentes maneiras. E sofre, também, dos modismos que se observa em outras manifestações culturais no país. O que define uma peça de artesanato ou uma obra de arte? Por que o forró é mais tocado e reinventado quando comparado ao frevo, por exemplo, restrito ao carnaval mesmo em Pernambuco? Apesar desses exemplos questionadores, acho que o preconceito vem diminuindo; que o brasileiro percebe melhor a sua cultura popular e folclórica; que os atores sociais envolvidos com algumas manifestações folclóricas tem mais clareza com essa relação e que, consequentemente, há elevação da autoestima. O que é bom! Chamo atenção, para o preconceito que há embutido no próprio fato folclórico, por exemplo, em algumas anedotas (piadas) e em alguns ditados populares...

4) Como a mídia, na visão da senhora, pode colaborar com a divulgação desta cultura popular?
A mídia tem um papel importante como formadora de opinião mesmo quando o tema é o folclore e a cultura popular. Apresentar a manifestação folclórica sem preconceitos e sem manipulações. Buscar a história e a evolução de determinado fato folclórico. Socializar o acervo cultural que ao longo da história humana vem sendo construído e reconstruído. A globalização deve ser motivadora de socializar o folclore e a cultura popular, sem massificação e esteriótipos.