quarta-feira, 30 de abril de 2014

Chuva de vento / Mauro Mota

(As biqueiras da infância, ...)
Chuva de vento
 Mauro Mota

De que distância
chega essa chuva
de asas, tangida
pela ventania?

Vem de que tempo?
Noturna agora
a chuva morta
bate na porta.

(As biqueiras da infância, as lavadeiras
correm, tiram as roupas do varal,
relinchos do cavalo na campina,
tangerinas e banhos no quintal,
potes gorgolejando, tanajuras,
os gansos, a lagoa, o milharal.)

De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?

Que rosas fez abrir?
Que cabelos molhou?


Estendo-lhe a mão: a chuva fria.


Mauro Ramos da Mota e Albuquerque

Sites sobre Mauro Mota




http://www.pernambuco.com/turismo/turismo_circuitodapoesia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário